quinta-feira, 29 de abril de 2010

EU COMIGO





Às vezes me pego vagando
Entre estrelas,
Em estranhos planetas,
Em lares que jamais foram meus.
Mas, há paz
De uma existência perdida
Em momentos concebidos
No fundo de algum sonho,
De remotos tempos.
E eu nuca estou só.
Há sempre a presença afetuosa de alguém
Alguém indefinido.
Mas, sinto-me feliz,
Por não estar só.
E a cada passo,
Uma estrela brilha ao meu redor,
Um novo reflexo de cometa
Me arrasta universo afora.

Às vezes me pego vagando
No meio da multidão,
Entre povos estranhos,
De estranhas culturas.
E quanto mais rostos
Surgem à minha frente,
Menos entendo o coração humano.
Mas, eu nunca estou só.
Há sempre uma voz
Num canto da cidade
Que me desperta
E não me deixa parar.
Uma voz indefinida.
E sinto-me imensamente feliz
Por saber que não estou só.
A cada passo
Uma nova voz ecoa
De algum lado da rua
Me levando trilha afora.


Às vezes me pego vagando
Sozinho comigo.
Entre “EU” solitário,
Entre “EU” sonhador.
E sinto-me ainda mais feliz,
Por saber que não estou completamente só.
Há paz de uma existência incontida,
No seio de tantos “EUS”.
Uma esperança pulsando
No peito de cada um.
E passo a passo
Na estrada da vida
contemplam-se na própria existência,
Como uma fonte
Que nunca seca.
Afluentes que vão seguindo,
Dando vida ao rio
Que não para de seguir,
Pois, tem como destino o “MAR”.

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